quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A MANHÃ E A NOITE

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A MANHÃ E A NOITE


Era uma noite de tempestade

E descuidado eu passeava à beira do mar

Cismando em silêncio nas coisas do mundo.

O vento soprava forte e bravio.

Brancas de espuma as ondas rolavam

Rugindo ferozes nas trevas da noite.

E as águas do mar despedaçavam-se

Contra as muralhas da minha cidade.

A noite passou, veio a manhã do dia seguinte

E descuidado fui passear à beira do mar.

O ar era doce e o tempo de paz.

Soprava uma brisa vinda de longe

Suave carícia à flor da água

Serena e calma do mar sem fim.

E o sol radioso brilhava em glória

Sobre as muralhas da minha cidade



Poema galês, de Tradição Oral, do Século XVII, in “A Perfeita Harmonia , Poemas Celtas da Natureza”, Tradução de José Domingos Morais, Assírio & Alvim, Edição 0961, 2004, Lisboa.

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